domingo, 1 de março de 2009

Blitz


Tinha eu 13 anos quando saiu o primeiro número do Blitz. Lembro-me que andava no 8º ano (o meu segundo ano do liceu nos idos de 1985) e alguns colegas falavam de música independente e durante muito tempo nem sequer lhes prestei atenção, talvez por pensar que a sua tendência natural para se fazerem melhores que os outros apenas os tornava um bando de loucos que se entretinha com coisas na altura inalcançáveis à minha ingenuidade.

Depois deixei-me enredar na teia do Blitz e já nos anos 90 do século passado comecei a consumi-lo compulsivamente, sem guardar os números completos porque era impossível fazê-lo em minha casa sem que a minha mãe não dissertasse sobre os efeitos perniciosos dos ácaros, pó e sujidade provocada por aqueles jornais aos quais recortei imensas entrevistas, opiniões de concertos e ainda uma secção onde se colocavam mensagens altamente depressivas que eram fruto da geração pós Joy Division. Decerto não terá sido por acaso que a primeira capa do Blitz tivesse Siouxie Sioux a ocupá-la quase por completo.

Sem dúvida que me marcou e ajudou a definir uma parte dos meus gostos musicais que durarão até ao dia da minha morte e mesmo como revista continuo a segui-la, apesar de ter perdido um pouco daquela aura mágica de outros tempos. Falem de crise, monetária ou de ideias, mas sobretudo de um público juvenil que vai evoluindo entre músicas das ditas comerciais que hoje em dia pouco ou nenhum sentido fazem.

Viva o Blitz, o velho Blitz!

links:

http://ovelhoblitz.blogspot.com/

http://blitz.aeiou.pt/

Sem comentários:

Enviar um comentário